Dois grupos de teatro amador estão a fazer uma digressão de “Entremezes” pelas aldeias do concelho de Mondim de Basto, recitando textos que remontam aos séculos XVII e XVIII e funcionam como uma introdução ao Carnaval.
Este concelho do distrito de Vila Real possui uma grande tradição teatral, que esteve apagada durante algum tempo e que está agora a ser revitalizada.
Nos dias que antecediam o Carnaval, populares das aldeias faziam os “Entremezes”, textos de teatro burlescos ou jocosos, de curta duração, que remontam aos séculos XVII e XVIII e que foram passando de geração em geração.
Este ano, segundo Tiago Pires, responsável da programação cultural da autarquia local, os “Entremezes” ganharam uma nova vida através dos grupos Associação Social e Cultural Fisgas de Ermelo, com o espetáculo “O rico avarento”, e o Grupo Cultural e Recreativo de Santa Luzia de Vilar de Viando, com a peça “Zangarelho”.
Os grupos, que vão estar em digressão por sete aldeias do concelho até terça-feira, dia de Carnaval, são constituídos por populares, com idades compreendidas entre os nove e os 75 anos, alguns dos quais nem sabem ler nem escrever.
Tiago Pires referiu que estas pessoas de mais idade decoram os textos, ouvindo os outros a ler todas as quadras.
“No final, declamam um texto do princípio ao fim”, sublinhou.
E o resultado é, de acordo com o responsável, “sala cheia” em todas as aldeias por onde passam os espetáculos.
Em março, decorre a terceira edição do Festival Nacional de Teatro Miguel Torga, que vai levar a Mondim de Basto sete companhias de todo o país.
O evento, que arranca no dia 05 e termina a 25 de março, é promovido pela autarquia local e o Teatro Amador Mondinense (TAM) – Trouxa Mouxa.