domingo, 9 de fevereiro de 2014

Mondim de Basto quer travar "fecho encapotado" de tribunal com providência cautelar

Mondim de Basto, 07 fev (Lusa) -- A Câmara de Mondim de Basto anunciou hoje que vai avançar com uma providência cautelar contra o "encerramento encapotado" do tribunal local, que vai ser convertido numa secção de proximidade.
"Esta questão da secção de proximidade é uma falácia. Como temos dito é um encerramento encapotado", afirmou à agência Lusa o presidente da autarquia, Humberto Cerqueira.
Vila Real é o distrito mais afetado com o encerramento dos tribunais, no âmbito da reforma judiciária aprovada na quinta-feira em Conselho de Ministros. Neste distrito fecham os tribunais de Boticas, Mesão Frio, Murça e Sabrosa e, em Mondim de Basto, vai ser criada uma secção de proximidade.
Só que esta solução não convence Humberto Cerqueira. "Nós perdemos o juiz que temos aqui em permanência, perdemos o procurador adjunto, deixamos de ter a tramitação de processos, deixamos de ter as diligências do Ministério Público e apenas poderão ocorrer julgamentos por opção do juiz", salientou.
No fundo, segundo o autarca, Mondim de Basto "perde o tribunal tal como existe", ficando na vila "apenas um balcão de atendimento".
Por isso mesmo, o presidente anunciou que o município vai recorrer à providência cautelar para evitar esta transformação.
"Deve manter-se o tribunal nas condições de normalidade, tal como elas estão neste momento", defendeu.
Na primeira versão do mapa judiciário, Mondim aparecia na lista dos tribunais a encerrar.
"Esta alteração deve-se à luta que nós fizemos", frisou Humberto Cerqueira.
A população saiu à rua em protesto, foi aprovada uma moção na Assembleia Municipal e o autarca fez uma viagem de autocarro até Vila Real, para alertar para as dificuldades e escassez nos transportes púbicos que ligam à capital do distrito.
O autarca considerou que o Ministério reconheceu as dificuldades e as especificidades que a população local tem no acesso à justiça. "Se têm esse reconhecimento, que o levem até ao fim, ou seja, que mantenham o tribunal tal como ele está neste momento", acrescentou.
Por fim, Humberto Cerqueira lamentou que, numa altura em que se "está a fazer um esforço para o progresso do concelho, a lutar pelas acessibilidades, para atrair pessoas e investimento, a ajuda do Governo é encerrar serviços públicos".
"O município está a puxar para um lado e o Governo para outro. O Governo afasta-se do território, afasta-se do concelho, no momento em que nós mais precisamos da presença do Estado", concluiu.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Falso padre continua a burlar em Mondim de Basto

Nem as condenações a prisão efetiva por burla fazem parar Manuel Leite Martins, de 55 anos, que há mais de 15 anos se intitula padre, e que, pelo menos desde 1998, engana as populações por onde passa. Os últimos embustes decorreram há cerca de três semanas em Mondim de Basto, onde se apresentou como presidente de uma alegada associação de solidariedade, burla igual à que utilizou no mês de Maio em Trofa. Não foram apresentadas queixas.

Um homem continua a fazer-se passar por padre como disfarce para as suas burlas, apesar de já ter sido várias vezes condenado. Há menos de um mês, em Ermelo, Mondim de Basto, apresentou-se também como presidente da Fundação Mão Unida, de apoio a pessoas carenciadas. Combinou a compra de uma moradia, instalou-se, mas nunca pagou. Posteriormente, encomendou um camião de lenha a um empreiteiro, que também nunca viu dinheiro algum, e pagou 450 euros em refeições com um cheque-careca.
Já em Trofa, no passado mês de Maio, registou uma associação de caridade com o mesmo nome, na mesma morada onde, dois meses antes, tentou abrir uma outra suposta instituição do mesmo cariz. Só não foi avante porque o autarca local e o vigário desconfiaram e acabaram por descobrir que se tratava de um burlão.